[Ponto de vista de Kevin]
Kevin checou o retrovisor uma última vez antes de dobrar à esquerda, finalmente despistando o carro que o seguia desde o centro. Suas mãos ainda estavam firmes no volante, mas o coração batia mais rápido do que gostaria de admitir. Aquilo não era só uma visita casual a um superior. Era uma entrega — de confiança, de dúvidas, de tudo que ele achava que sabia sobre Emily... e talvez sobre si mesmo.
Parou no estacionamento combinado. O homem já o aguardava em um carro comum, discreto demais para alguém com tanto poder. Kevin entrou sem dizer uma palavra. O trajeto até a Lagoa da Pampulha foi silencioso, tenso, e cada curva da cidade parecia cutucar suas memórias adormecidas.
Quando chegaram ao Museu de Arte da Pampulha, o ambiente vazio e temporariamente fechado só aumentou sua inquietação. Sabia que aquele tipo de encontro era reservado para assuntos sérios, e não conseguia mais fingir que estava lidando com algo pequeno. O corredor que levava à sala no subsolo