— Não entendi… caçula, de filha caçula? Ah, sim… você adotou ela, então — perguntei, meio perdido entre as revelações que vinham uma atrás da outra.
— Não, ela é minha filha com meu segundo marido — Catarina respondeu com a calma de quem já havia ensaiado aquele momento mil vezes. — Nasceu na Suíça, foi mantida em segredo até ter idade suficiente para ser “recrutada” — ela fez aspas no ar com os dedos. — Só assim eu poderia tê-la por perto. Já tinha perdido a vida toda com Patrícia, não podia cometer o mesmo erro com a Alicia. Mas ela era boa demais pra essa vida… Quando soube da ilha, se ofereceu voluntariamente pra vir ajudar os agentes nesse recomeço. É doutora em saúde mental, neurocientista e ainda dá aula pras crianças da vila.
— Eu ia perguntar sobre as crianças...
— As pessoas constroem uma vida aqui, Kevin. Famílias se formam, somos uma comunidade. É como uma vila do século passado.
Fiquei em silêncio, digerindo cada pedaço daquela nova realidade.
— Incrível. Quero ver tudo,