Cap.158
O apartamento seguro estava sempre em silêncio, interrompido apenas pelo choro das crianças. Ângela corria de um lado para o outro: uma mamadeira aquecendo, outra fralda sendo trocada; Kellen, no sofá, com o olhar perdido e a respiração irregular, às vezes apagava. Quando podia, ajudava constantemente, mas seu corpo parecia fraquejar com frequência.
Ao anoitecer, Ângela observava Kellen de relance enquanto embalava o bebê mais agitado.
— Você precisa comer alguma coisa… senão não vai recuperar as forças. Além de que tem me ajudado bastante, mas precisa se cuidar.
Kellen encolheu os ombros, as lágrimas silenciosas escorrendo pelo rosto.
— Eu não consigo, Ange. Eu fecho os olhos e só vejo ela… vejo os choques, as vozes na minha cabeça… tudo isso me tira o ânimo, o apetite...
Ângela ajoelhou-se diante dela, colocando o bebê dormindo no colo de Kellen.
— Então olha pra ele. Sente o calorzinho… eu sei que você gosta de olhar para eles e até percebo que você se sente bem. Daqui a po