Cap. 21
Cap. 21
O corredor estava mergulhado num silêncio respeitoso, quebrado apenas pelo som suave das rodas da cadeira motorizada de Lúcios deslizando pelo piso encerado. Atrás dele, o quarto ainda guardava o eco da descoberta inquietante — a agulha misteriosa, agora guardada com zelo por Valerius —, mas aquilo não conseguia abandonar seus pensamentos... até encontrar Ângela no corredor, esperando por ele.
— Woow... que legal! — disse ela, sorrindo de orelha a orelha, os olhos grandes brilhando como os de uma criança encantada ao vê-lo se aproximar. — Você fica muito bonito, mesmo assim, vestido desse jeito.
Ele soltou um tisk e desviou o olhar, desconcertado.
— Só você pra achar um homem preso a uma cadeira de rodas atraente — comentou, analisando-a furtivamente.
Ela estava diante dele, usando um vestido bege de tecido leve que esvoaçava com os movimentos. Os cabelos escovados caíam em ondas suaves sobre os ombros. Havia algo de etéreo em sua presença — uma leveza, uma pureza quase infant