Cap.150
Arthur virou-se lentamente. Kaedra estava junto à porta do banheiro, a cabeça abaixada, as mãos trêmulas segurando a alça da bolsa.
— Kaedra... — Arthur murmurou, a voz embargada de choque e traição. — Você... contou a ele?
Ela ergueu os olhos marejados.
— Não podia... não podia deixar o hospital que salvou nossas duas filhas desaparecer. Ainda estamos tentando lidar com o que está acontecendo com Ângela. Não teríamos dinheiro nem para enterrá-la dignamente se algo realmente acontecer.
Arthur deu um passo para trás, como se precisasse se apoiar. O sangue subiu-lhe ao rosto.
— Ele era a sua única opção?
— Ele era a nossa única opção. — Kaedra corrigiu, firme apesar das lágrimas. — Principalmente porque Ângela está morrendo... Por carregar os filhos dele. Ele tem que se responsabilizar e, para ele, dinheiro não é problema.
Arthur ficou imóvel, encarando ora a esposa, ora o homem à frente dele. Seu peito subia e descia rápido. Os olhos prenderam-se em Lúcios, e havia raiva, impot