Cap.149
O quarto da enfermaria onde Lívia estava era pequeno, com cortinas claras e um odor suave de remédio.
Ela estava pálida, a respiração frágil, o corpo enfeixado por cobertores. Quando reconheceu Lúcios na porta, ergueu um olhar que misturava medo e esperança, ele entrou analisando o quarto simples, ela agora mal podia manter um plano de saúde digno ou pagar bons médicos.
— Lúcios... — sussurrou, a voz quase uma raspagem. — Por favor... por favor me perdoe. Me ajude. Peça a Ângela que me perdoe e me salve. Eu não aguento mais.
Ele entrou sem cumprir o discurso de cortesia. O rosto dele estava fechado, os olhos tão frios quanto a luz do corredor.
— Salvar você? — disse ele, tão seco que a pergunta cortou o ar. — Você acha que eu teria essa misericórdia depois do que fez?
Lívia apertou as mãos no lençol, tentando juntar coragem.
— Eu... eu sei que errei. Mas... por favor, eu pensei que era só o dinheiro, eu quis garantir o futuro do meu filho. Eu não pensei que as coisas... eu não