81. VINGANÇA NAS SOMBRAS
Em vez de entrar pelos portões azuis da escola, seguiram para o muro lateral, esgueirando-se para a rua atrás. Ali, uma bicicleta velha que encontraram dias antes aguardava — com o banco desmontado e o guidão torto, mas ainda funcional.
Gabriela subiu primeiro.
— Vamos. Antes que alguém veja.
E foram.
Quatro crianças de nove anos pedalando como sombras fugitivas, com o vento frio cortando o rosto e os corações batendo num mesmo ritmo.
Eles tinham um destino.
Um objetivo.
Um nome gravado no peito: Leonardo.
O dia já se estendia quando chegaram perto da antiga mansão — a casa onde o pai vivia cercado de luxo, poder e mentiras. O portão preto continuava o mesmo, imenso, frio… ameaçador.
Aquele homem não merecia ser pai.
Não merecia ter paz.
Não merecia esquecimento.
— A gente faz isso juntos — disse Gabriela, segurando a mão dos irmãos.
E eles fizeram.
O plano era simples. Cruel. E, na visão de quatro crianças feridas, justo.
Eles entraram sorrateiramente pelos fundos — por uma abertura