67. AS SEMENTES DO MAL
Helena não dormiu naquela noite. As palavras de Caio ecoavam em sua mente, misturadas com lembranças antigas — o casamento arranjado, a humilhação pública, o escândalo que quase destruiu o nome da família Duarte.
Isabela sempre fora uma peça frágil, mas necessária naquele tabuleiro. E agora, saber que ela ainda estava viva... e com filhos... reacendia algo dentro dela.
Mas não era compaixão.
Era cálculo.
O amanhecer encontrou Helena de pé, impecavelmente vestida, o olhar frio e decidido. Passara horas pensando, e havia chegado à conclusão de que guardar aquela informação seria um erro. Leonardo merecia — e precisava — saber o bastante para agir.
Só que ela não contaria tudo. Não ainda. Pois precisava ter sua vida de volta.
Por volta das nove da manhã, dirigiu-se à mansão de Leonardo. O sol entrava pelas janelas altas, refletindo nos móveis de mogno e nas obras de arte que decoravam o ambiente. Leonardo estava em seu escritório, concentrado em alguns documentos, quando ouviu a voz da m