62. O BEIJO INESPERADO
A tarde estava especialmente bonita naquele sábado. O parque se enchia de cores: flores recém-abertas, árvores carregadas de verde e o céu límpido, pintado em tons de azul suave, refletindo a serenidade que a estação trazia. O riso das crianças se misturava ao som distante dos pássaros e ao burburinho de outras famílias espalhadas pelos gramados.
Isabela estava sentada em um banco de madeira, observando Gabriela correr atrás de Luan, enquanto Levi ajudava Lucas a montar uma pipa improvisada. O coração dela se aquecia ao vê-los assim, livres, despreocupados, mas ao mesmo tempo, havia algo mais ali. Algo que crescia devagar, e que a deixava inquieta.
Henrique estava ao lado dela, descontraído, os cotovelos apoiados nos joelhos, rindo baixo sempre que um dos pequenos gritava chamando sua atenção. Ele se voltava para ela de vez em quando, lançando olhares que diziam mais do que palavras. Isabela percebia, mas desviava sempre, fingindo olhar para as flores ou para o céu.
— Eles estão tão f