63. PEDIDO DE CASAMENTO
No dia seguinte, Henrique precisou viajar a trabalho. Foram apenas duas semanas, mas para Isabela e as crianças pareceram uma eternidade.
A casa, antes cheia de risadas e conversas espontâneas, mergulhou em um silêncio que pesava nos cômodos. Até o vento que batia nas janelas parecia mais frio.
Os dias arrastavam-se lentos, repetitivos. Isabela tentava preencher o tempo com as tarefas de sempre — preparar o café, organizar os brinquedos, colocar as roupas no varal —, mas nada conseguia afastar a sensação de vazio que se instalara dentro dela.
Às vezes, pegava-se olhando para o celular, esperando por uma mensagem, um simples “bom dia” que confirmasse que ele também estava sentindo falta. Quando a tela permanecia apagada, suspirava, tentando se convencer de que não deveria sentir tanto.
As crianças, inocentes, diziam em coro:
— Mamãe, o tio Henrique volta amanhã?
— Ele vai trazer presentes?
— Ele vai brincar com a gente no parque de novo?
Isabela sorria, acariciando os cabelos deles, te