45. A LIGAÇÃO DE CAROLINE
Cecília deixou o celular escorregar das mãos, que suavam frio, e ele caiu sobre a cama macia com um som seco. Sentia-se como uma prisioneira dentro da própria vida. De um lado, estava Helena, com sua voz venenosa e seu poder capaz de arruinar reputações em poucas palavras. Do outro, Caroline, firme em sua resistência e silêncio, uma muralha que impedia Isabela de ser encontrada. Cecília estava no meio desse fogo cruzado, esmagada pela pressão.
Ela se jogou na cama, os olhos marejados, e afundou o rosto no travesseiro. O choro veio silencioso, abafado, como se tivesse vergonha até mesmo de ser ouvida pelas paredes.
— Minha filha… onde você está? — sussurrou, sentindo o medo dominar seu ser.
De repente, o celular vibrou. O som metálico fez seu corpo estremecer. Com o coração disparado, ergueu-se de supetão, os dedos trêmulos alcançando o aparelho. Seus olhos se arregalaram ao ver o nome que brilhava na tela. Não era Isabela. Não era Caroline.
Era Helena.
Cecília engoliu em seco. Cada toq