16. A VERDADE QUE LEONARD ESCONDIA
Na noite seguinte, a casa parecia mais silenciosa do que nunca. O jantar havia terminado em clima pesado, e cada palavra não dita entre Isabela e Leonardo pairava no ar como fumaça sufocante. A jovem, de olhar abatido e gestos contidos, manteve-se distante, como se cada garfada fosse apenas um ato mecânico para preencher o vazio. Seus olhos, quando por acaso encontravam os do marido, desviavam rapidamente, denunciando o peso de algo que ela escondia.
Leonardo, por sua vez, a observava em silêncio. O som metálico dos talheres contra os pratos parecia ritmar o incômodo que crescia entre os dois. Havia um misto de inquietação e frieza em sua postura — como um predador que estuda pacientemente a presa.
Depois de alguns minutos, Isabela baixou a cabeça e sussurrou:
— Eu… acho que vou me deitar cedo. Estou cansada.
O tom era baixo, mas havia nele mais fuga do que cansaço. Sem esperar resposta, levantou-se da mesa e caminhou até o quarto. Seus passos apressados revelavam a necessidade urgent