POV IVAN:
O relógio marcava 2h17 enquanto eu me encontrava olhando para a cidade abaixo de mim. Eu deveria estar relembrando os meus momentos de glória, das vitórias e conquistas que tive nessa cidade. Mas tudo me leva de volta para aquela maldita escola e tudo o que vivi com ela. Estou perdendo o controle sobre o meu lobo. Na noite passada, uma dor escrutinante me invadiu e, pela primeira vez em muito tempo, me senti como um fraco.
A luz da cidade mal atravessava o vidro.
Estava na terceira dose quando ouvi a maçaneta girar.
Não me virei. O som dos pés descalços contra o soalho de madeira e o cheiro enjoativo denunciavam quem era.
Ela parou na porta por alguns segundos. Não disse nada. Depois entrou.
— Você não vai deitar? — a voz dela era baixa, arrastada como sempre.
Olhei rápido para o relógio de novo, como se eu esperasse que o tempo voasse ou voltasse.
— Tive que resolver umas coisas. — Peguei mais um papel e fingi que estava lendo.
Ela veio até a mesa. O roupão que usava estava