67. VERDADE DOLOROSA
Assim que a porta se fechou atrás do detetive Roberto, Jacob Lauder permaneceu sentado por alguns segundos, estático, encarando os documentos e fotos sobre a mesa como se ainda processasse o peso da revelação. Seu mundo, até então sólido e bem estruturado, agora parecia feito de vidro trincado prestes a estilhaçar.
O silêncio foi interrompido por uma leve batida na porta. Sua assistente entrou com passos discretos e postura profissional, carregando uma prancheta e alguns papéis.
— Com licença, senhor Lauder. — Sua voz era suave, mas firme. — Preciso da sua assinatura nestes documentos, e também confirmar o jantar com o senhor Cokx às vinte horas. O senhor ainda pretende comparecer?
Jacob levantou os olhos lentamente, como se retornasse de um lugar distante. Ele piscou algumas vezes, tentando focar na figura à sua frente.
— O que você disse?
Ela sorriu de leve, sem graça, compreendendo o ar distraído do chefe.
— Apenas a assinatura aqui... — estendeu os papéis — e se devo confirmar sua