66. RELATOS E CONFISSÕES
Desde o momento em que Larissa deixou sua sala naquela manhã, Jacob Lauder sabia que algo nela havia mudado. Por trás do sorriso contido e do olhar sereno que ela tentou sustentar, havia uma névoa de incerteza, como se estivesse pesando cada palavra, cada gesto, para não entregar o turbilhão que sentia por dentro. O buquê de rosas-vermelhas que ele lhe entregara havia surtido algum efeito — ela se mostrava mais receptiva —, mas Jacob não era ingênuo. Algo grande estava escondido sob aquela fachada.
E agora, para aumentar sua inquietação, o detetive Roberto havia solicitado um encontro com urgência. Sua mensagem era clara: “Descobri algo que o senhor precisa saber. Não pode esperar.”
O relógio marcava pouco depois das cinco da tarde quando Jacob se levantou de sua mesa e foi até a janela de seu imenso escritório no trigésimo andar. Lá fora, a cidade parecia respirar com pressa, imersa em um trânsito constante de luzes e buzinas. Mas ali dentro, o ar estava pesado, quase opressor. O sil