71. JOGO DA VERDADE
Larissa passou a noite em claro. Os documentos fornecidos por Alfredo estavam espalhados sobre a mesa de jantar, junto ao gravador e ao celular onde o áudio de seu pai estava salvo. Jacob permaneceu ao seu lado o tempo todo, ajudando a organizar tudo, classificando provas, anotando pontos importantes.
— Você realmente quer ir até o fim com isso? — perguntou ele, quebrando o silêncio. — Porque, Larissa... se fizermos isso, não há volta. Estamos mexendo com um homem perigoso. Ele tem contatos, influência e dinheiro.
Larissa o encarou com os olhos inflamados de uma certeza inabalável.
— Ele matou meu pai, destruiu minha família e ainda tem a audácia de se fazer de amigo. Se eu me calar, ele continua impune. E eu me recuso a viver com isso.
Na manhã seguinte, Jacob ligou para o detetive Roberto. Eles marcaram um encontro discreto num hotel afastado da cidade, onde poderiam conversar sem levantar suspeitas.
O ambiente era escuro, com janelas fechadas e um cheiro forte de café recém-passado