69. AS PALAVRAS DE JACOB
Larissa ainda estava na cozinha, sentada com os cotovelos apoiados na mesa e o olhar perdido. A conversa com seu tio Mauro ecoava em sua mente como um vendaval de verdades incômodas. Cada revelação era como um golpe — Willian não era apenas um mentiroso; era um manipulador, um ladrão... e um assassino. E o mais perturbador: era também o pai de Gustavo.
Ela passou as mãos pelo rosto, tentando conter as lágrimas que ameaçavam cair. Como encarar o irmão agora, sabendo que ele era fruto de uma traição silenciosa, de uma sombra do passado que sempre esteve ali, escondida por trás de um sorriso inocente?
Foi então que Matilde entrou na cozinha, trazendo o aroma reconfortante do jantar.
— Larissa, querida — disse com doçura —, posso servir o jantar? Fiz aquele arroz de forno que você gosta...
Larissa ergueu os olhos lentamente, saindo de seu transe.
— Matilde... onde está o Gustavo?
— Ele saiu — respondeu Matilde, com a voz tranquila. — Disse que iria até a casa do amigo, o Matias. Mas logo