— Ela disse que era exame de rotina — respondeu Andrew, desviando o olhar.
Laura soltou uma risadinha amarga.
— Exame de rotina na ala obstétrica? Vamos, Andrew. Você é mais esperto que isso.
Andrew virou lentamente o rosto para a tela.
— E se for? Qual o problema?
O sorriso de Laura vacilou por um segundo.
— Então você ainda gosta dela?
Ele não respondeu. Seus olhos permaneceram fixos, frios.
Laura apertou os dedos, tentando manter o controle.
— Eu só estou preocupada com você... com o que pode acontecer. Você não lembra de tudo que ela fez você passar?
— Não. Eu não lembro — disse ele, seco. — E talvez isso seja o melhor.
Ela congelou. Do outro lado da linha, Laura sentiu algo quebrar por dentro.
Mas não era tristeza.
Era raiva.
— Cuidado com o que você diz, Andrew. Às vezes, esquecer é um castigo... mas lembrar pode doer bem mais.
Ele finalizou a chamada sem dizer mais nada.
Laura permaneceu olhando para a tela escura do tablet.
No silêncio estéril da clínica, sua expressão foi se