O envelope repousava sobre a mesa como se carregasse dinamite.
Bridget o observava em silêncio, sentada com os cotovelos sobre os joelhos, o corpo curvado e o olhar distante. Ao seu lado, Maxwell permanecia quieto, respeitando o tempo dela, mas com os olhos carregados de ansiedade.
— Quer que eu abra? — perguntou ele, com a voz baixa.
Ela assentiu lentamente, sem tirar os olhos do envelope.
Maxwell puxou os grampos do laudo e começou a ler. O silêncio na sala tornou-se espesso. A cada linha que seus olhos percorriam, seu rosto perdia um pouco mais da cor.
— Max? — murmurou Bridget, já desconfiando do que vinha.
Ele respirou fundo.
— O tumor aumentou — disse, por fim. — Está maior que na última avaliação. A médica escreveu que o crescimento foi “agressivo” nas últimas três semanas.
Bridget fechou os olhos, sentindo o ar faltar por um instante.
— E... o bebê?
Maxwell hesitou. Virou a folha, leu de novo. Depois, olhou para ela com cuidado.
— O exame identificou dois sacos gestacionais.