Três semanas depois...
— Tess, por favor, sai desse quarto, filha! — a voz da minha mãe soou fraca, quase falhando na porta.
Levantei os olhos, fixando nela: os ombros caídos, as olheiras profundas, o rosto marcado por uma tristeza que parecia tatuada na pele. Ela não voltou mais a trabalhar desde que ele morreu, e eu... eu não consigo sequer sair daqui.
Vejo que ela respira fundo, tentando encontrar forças que claramente não existem mais. O brilho dos olhos dela sumiu; aquela mulher que me ensinou a ser forte agora é só um eco dela mesma. Não mataram só o meu pai naquela rua — mataram também algo dentro de nós duas.
— Eu preciso de você, Tessália! — a voz dela treme, quase implora. Já se passaram quase quatro semanas, mas tudo parece ter parado naquele dia.
— Pra quê, mãe? — minha voz sai rouca, quebrada. — Acha que eu consigo continuar como se nada tivesse acontecido? — mordo o lábio ao vê-la segurar o choro, como se as palavras que me diz doíssem mais nela do que em mim.
— Acha ju