As lágrimas agora escorrem livres. Ele nem tenta esconder.
— Escuta bem, Marcos. — Eu pego o rosto dele com as duas mãos, forçando-o a me olhar. — Você não estragou nada que a gente não possa consertar. Você carregou o mundo nas costas para proteger a sua mãe... para me proteger. — seu olhar azulado, agora encharcado por lágrimas, me encara minuciosamente. — Você é digno sim. Porque ninguém nunca me amou como você ama. Nem eu mesma.
Eu o abraço com força, a barriga entre nós, bolinho chutando feliz como se dissesse “bem-vindo, pai”.
Ele chora de verdade agora, soluços baixos que ele tenta sufocar no meu ombro.
— Eu te amo — ele murmura contra meu pescoço, voz molhada. — Eu te amo tanto que dói. Sempre foi você e sempre vai ser.
— Eu sei — respondo, beijando a têmpora dele. — Eu também te amo. E agora a gente tem um bolinho que precisa dos dois.
Ele se afasta só o suficiente pra encostar a testa na minha.
— Me deixa consertar tudo. — pede, rouco. — Eu prometo nunca mais mentir