Do outro lado da praça, saindo de um café com uma xícara na mão, estava ele.
Marcos.
O tempo pareceu desacelerar, como se o mundo inteiro tivesse parado para aquele momento. Ele estava mais magro, o cabelo um pouco mais curto, mas era inconfundível: o mesmo jeito de andar, a postura relaxada, o olhar que eu conhecia tão bem. Meu coração disparou de raiva e uma saudade que eu nem sabia que ainda carregava. Ele não me viu, mas cada passo dele na praça parecia ecoar dentro de mim, como se o destino tivesse decidido jogar todas as peças do tabuleiro ao mesmo tempo.
O que ele estava fazendo aqui? Em Montepulciano, tão perto da Cantina Bellavista? A menção de Carlo, a palavra irmão e a história de Sofia sobre o pai com outra família — tudo se conectava de uma forma que eu não conseguia ainda compreender, mas que fazia meu estômago revirar. E então, como se o universo estivesse zombando de mim, os olhos dele encontraram os meus. O reconhecimento foi imediato. Seu rosto mudou, a xícara q