[UM ANO DEPOIS]
— Eu vou gozar... eu vou... ahhhhh!
O relógio na parede do escritório marcava 19h45, uma hora após o fim do expediente. Eu estava na sala de Ricardo, debruçada sobre a mesa de mogno polido, de costas para ele, a respiração ofegante enquanto o calor do momento ainda pulsava pelo meu corpo. Minhas mãos agarravam a borda da mesa, a saia lápis preta amassada na cintura, a blusa de seda jogada em algum canto. Ricardo, atrás de mim, ajeitava a camisa, o som do zíper de sua calça cortando o silêncio da sala.
Nenhum de nós falava. O ar-condicionado gelado contrastava com o calor da minha pele, e eu fechei os olhos por um instante, tentando ignorar o vazio que começava a se instalar novamente. Era sempre assim com Ricardo; seis meses de sexo bom e secreto, depois que todos deixam o escritório.
Ele contornou a mesa, voltando à sua cadeira de couro, o rosto já recomposto na máscara de controle que ele usava tão bem. Ele pegou um copo de uísque do canto da mesa, tomando um go