Acordei com a luz suave do sol invadindo o quarto de Marcos, filtrada pelas cortinas finas. A blusa dele ainda estava entre meus dedos, o cheiro familiar me envolvendo como uma memória que eu não conseguia deixar para trás. Pisquei lentamente, os olhos pesados de sono, e foi então que o vi.

Marcos, estava sentado na cadeira do canto do quarto, os cotovelos apoiados nos joelhos, o olhar fixo em mim. A presença dele, tão repentina, tão real, fez meu coração disparar. Soltei um grito curto, o susto me jogando para trás contra o travesseiro, a blusa escorregando das minhas mãos.

— Letícia, calma! — disse ele, levantando as mãos. — Sou eu, não precisa se assustar.

— Eu sei que é você! — murmurei, a voz rouca, ainda grogue do sono. — A quanto tempo você... a quanto tempo está me olhando dormir?

Marcos desviou o olhar por um momento, como se estivesse pego em flagrante, antes de voltar a me encarar.

— Não muito. — respondeu, a voz hesitante. — Meu celular estava descarregado. Quando c