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Cheguei a um ponto de ônibus a poucos quarteirões da casa da minha mãe e me sentei no banco de metal frio, a bolsa no colo. O letreiro do ponto estava meio apagado, mas eu sabia que o ônibus para o meu bairro passava ali eventualmente. Ninguém veio atrás de mim — nem Rayane, nem minha mãe, nem ninguém. E, de alguma forma, isso era pior. Era como se minha explosão tivesse finalmente confirmado o que tia Vera sempre insinuava: que eu não era suficiente, que eu não pertencia.

O ronco de um ônibus se aproximando me tirou dos pensamentos. Levantei os olhos e vi o número certo piscando no letreiro frontal. Subi, passei o cartão no validador e me joguei num assento perto da janela, o vidro embaçado pelo frio.

Eu não podia continuar assim. Marcos — ou Mark, ou seja lá quem ele fosse — era uma presença que eu simplesmente não conseguia enfrentar. Não depois do que aconteceu no beco, não depois daquele amore mio e do jeito como ele parecia se divertir me provocando, enquanto mantinha Rayane n
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