Lia continuava sem saber o que fazer. Ela finalmente conseguiu iniciar o pré-natal, confirmando a gestação de aproximadamente dois meses. Sem condições financeiras, ela ainda não havia feito ultrassom, mas a realidade física da gravidez era inegável.
Ela continuou trabalhando. Uma das casas que ela faxinava era de Glória, tia de Lysandro. Glória era uma mulher atenta e caridosa, mesmo que exigente.
Por duas vezes, Lia passou mal na casa de Glória, sentindo enjoos e tonturas que a faziam apoiar-se nas paredes. Pelas costas de Lia, Glória comentou a situação com a mãe de Lysandro, sem ligar os pontos.
— A Lia não está bem. Está sempre distraída, calada, e passando mal. Estava pensando em dispensá-la, mas a coitada perdeu a mãe. Né? Ela vive distante.
Conversando, Glória e a irmã, concordaram que Lia estava sobrecarregada.
Glória, impulsionada pela pena, fez uma proposta a Lia. No mesmo dia, ela se aproximou na cozinha, enquanto Lia passava roupas, sorriu sutilmente.
— Lia, escuta. Não