Lysandro estava sob nova medicação controlada, alterando a química de seu cérebro para lidar com a fúria. Ele passou mais de uma semana fora de órbita, sedado, aos cuidados da mãe, que manteve a notícia da morte de Carla longe dele, por distração mesmo.
Lia passou apenas três dias de luto antes de retornar à rotina implacável de faxinas. Seu pai era ausente, e os poucos familiares não eram próximos. Ela se sentia extremamente sozinha, triste, sem rumo. O único propósito de sua vida, sua mãe, havia desaparecido.
Continuava comendo mal, sentindo-se constantemente doente, com tontura e azia. Ela ignorava os sinais, atribuindo-os ao luto e ao cansaço.
Uma mágoa profunda se instalou em Lia, pois Lysandro sequer havia lhe desejado os pêsames. Ele a descartara, a ameaçara e a tratara como se ela não valesse nada após a performance. A indiferença dele a machucou mais do que tudo o que aconteceu.
As semanas passaram e Lysandro não retornou para casa. A mãe o levou para uma viagem ao exterior,