Apollo observou Hera por alguns instantes antes de tomar coragem para contar a verdade. Agora que Teseu estava morto, ele não precisava mais esconder quem realmente era.
— Há algo que você precisa saber sobre mim, Hera. — Sua voz estava firme, mas carregada de emoção contida. — Eu sou filho da sua irmã.
O rosto de Hera empalideceu e seus olhos se arregalaram.
— O quê? — Ela murmurou, levando uma das mãos ao peito. — Isso... isso não pode ser verdade.
Hera sentiu seu peito apertar. Lembrava-se com carinho da irmã e sentia em seu peito a ausência dela.
— É, sim. Minha mãe foi envenenada, assim como você estava sendo. Meu pai descobriu tarde demais. Ele soube que Teseu tinha uma empregada de confiança na casa deles, alguém que poderia me colocar em perigo. Para me proteger, ele anunciou que eu morri no parto. Como eles haviam se casado com separação de bens, meu pai não tinha mais nenhum vínculo com a família Olímpio, ele cuidou de mim, me criou sozinho, como alguém humilde que era. — Ap