Liberdade condicional

Na mansão, o silêncio era tão espesso quanto a escuridão que preenchia os corredores — um manto denso que parecia abafar até os pensamentos. E era exatamente nele que Dante buscava abrigo. Refúgio. Escondeu-se no próprio quarto como um animal ferido retornando à caverna, trancando a porta atrás de si com um estalo seco e definitivo.

A máscara foi arremessada sobre a poltrona de couro como um símbolo do peso que já não queria carregar. Ela girou no ar antes de cair de lado. Dante não a olhou. Não queria. Ela já era parte dele demais.

Mas o que o atormentava não era apenas a máscara — era o som. Ainda ecoava em sua mente a voz infantil de Giorgia, trêmula, assustada, chamando-o de “papai” com uma pureza que atravessava todas as suas defesas. E havia também o olhar de Ariana — aquele olhar. Tão semelhante ao da filha... tão capaz de desmontá-lo com um único segundo de contato.

O coração de Dante, tão treinado a bater sob o ritmo da guerra, agora cambaleava. Estar com Ariana era como cami
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