Cassie se refugiou no quarto que dividia com Hendrick, deixando o corpo cair sobre a cama ampla. Enterrou o rosto nas mãos, tentando conter o turbilhão que a invadia.
Pensar em Kallias era como acender uma fogueira. Bastava fechar os olhos para sentir o gosto do beijo dele, a textura quente da pele, o peso controlado das suas mãos.
O último beijo foi diferente da primeira vez. Não havia mais desespero — havia devoção. O beijo dele vinha carregado de reverência, desejo e ternura.
Ela ainda ouvia a voz baixa dele repetindo que a amava. Nunca imaginou isso do lobo branco. Kallias sempre parecera um homem contido, reservado, quase inacessível.
E ainda assim, ele estava sempre ali — presente sem exigir, ajudando em silêncio. Fora ele quem cedeu a camisa na volta da cachoeira, quem mergulhou na água quando ela pediu, quem montou o palco, instalou o aquecedor, quem a observava com um olhar que dizia tudo o que o corpo dele calava.
Cassie sabia que a atração era mútua. Podia sentir o ar mudar