Natália
O ar úmido e clorado do parque aquático grudava na pele, mas a minha ansiedade era um calor interno que não tinha nada a ver com o sol. Meus olhos não paravam, seguindo cada movimento do Henrique, que, empolgado, corria como um foguete ao lado de Paulo e Ítalo. A alegria deles era contagiante, mas o meu coração de mãe só via os perigos invisíveis de cada escorregador, cada aglomeração. Um alívio tênue me veio ao ver Flor e Júlia acompanhando o trio num trote mais vigilante, trocando olhares atentos que diziam “nós damos conta”.
Ao meu lado, Pablo era um espelho da minha própria inquietação. Seu corpo não parava quieto, os dedos tamborilavam nas pernas do seu bermudão, e seus olhos, protegidos por óculos escuros, faziam um vai e vem incessante, escaneando cada movimento do pequeno Paulo com a intensidade de um falcão. Era o olhar de um pai que carregava um mundo de cuidado nos ombros.
— Mãe — a voz veio do meu lado, suave e um pouco hesitante. Era Ramona. Ela me chamava assim h