PRISCILA BARCELLA
Depois que chegamos, eu já tinha todo o plano armado. Manoel viria com a família no dia seguinte pra me ajudar com os últimos detalhes da surpresa no orfanato e, claro, com a festa de aniversário do Liam.
Tudo estava organizado — ou o mais perto disso que se pode ter com cinco crianças em casa. O maior desafio era manter a empolgação dos pequenos sob controle. Por isso, só Íris sabia da surpresa. Ela era minha cúmplice. Minha parceira.
E, mesmo tendo só sete meses de convivência desde eles chegaram na minha vida, a nossa conexão era de alma. Como se, de alguma forma inexplicável, nossos corações tivessem se reconhecido antes mesmo dos nossos olhos se cruzarem.
Eu estava no banheiro, com o cabelo molhado preso em uma toalha e o rosto coberto de creme, quando a porta se abriu de repente.
— Mãe, tá tudo certo mesmo pra gente enganar o papai? — Íris perguntou, já entrando com aquele jeito decidido de quem não consegue mais guardar segredo nem por mais um minuto.
— Filha