79. O encontro clandestino e o doce veneno da confissão
Os dias que se seguiram à mensagem de Diana Monteiro foram para Luigi Calegari uma lenta descida aos porões mais escuros de sua própria consciência. A oferta dela, tão sutilmente embalada em palavras de "amizade" e "discrição", era um anzol farpado que se prendera em sua alma atormentada. Ele tentava ignorar, apagar a mensagem, focar em Jessica, nos filhos, no trabalho. Mas a imagem de Diana, com seus olhos cor de mel que pareciam prometer um entendimento que ele desesperadamente ansiava, voltava com a insistência de uma febre.
Ele se sentia um funâmbulo sobre um abismo, o equilíbrio precário entre a lealdade a Jessica e a tentação de desabafar com alguém que "compreendesse" a complexidade de seus sentimentos confusos – sentimentos que ele próprio repudiava, mas que o consumiam. A culpa pelo beijo roubado, pela atração que sentia, era um fardo que ele carregava em silêncio, e esse silêncio o afastava cada vez mais de Jessica.
Ela, com sua sensibilidade aguçada, percebia o abismo cresce