78. A culpa e a teia da falsa compreensão
A noite do baile de gala tornou-se um marco de fogo na alma de Luigi Calegari. O beijo de Diana Monteiro, breve como um relâmpago, mas devastador como um terremoto, deixara para trás um rastro de cinzas e autoaversão. Ele mal dormiu, assombrado pela imagem dos lábios dela nos seus, pelo perfume exótico que parecia ter se impregnado em sua pele, e, acima de tudo, pela lembrança de sua própria e momentânea fraqueza. Como pudera, mesmo que por um instante fugaz, corresponder àquele toque proibido?
Na manhã seguinte, enfrentar Jessica foi uma tortura. Ela o recebeu com seu sorriso habitual, os olhos cheios de amor e uma leve preocupação pela sua palidez e pelas olheiras profundas.
"Você parece exausto, meu amor", ela disse, acariciando seu rosto. "Aquele baile acabou com você, não foi? Muito estresse, muitos compromissos."
"Sim... muito estresse", ele mentiu, desviando o olhar, incapaz de sustentar a pureza do dela. Cada palavra de carinho de Jessica, cada gesto de afeto, era como um prego