Assim que o primeiro raio de sol cortou o horizonte, a silhueta dourada do céu refletiu nas águas salgadas da praia, banhando tudo com um brilho quente, mas indiferente à dor da noite anterior. O grupo, exausto e sujo, ergueu-se lentamente. O silêncio era pesado — o tipo de silêncio que anuncia que o tempo está se esgotando.
Alade se aproximou de Astar, que estava agachado diante de Heleana. Os olhos da mulher vampírica estavam fundos, a pele ainda mais pálida.
— Eu preciso comer, já disse... — sussurrou, quase suplicando.
— Eu não me importo com o que você precisa. — respondeu ele seco, ríspido, já se erguendo.
— Mas quando você chorou no meu colo, precisavam de mim, não foi? — devolveu com uma amargura envenenada.
Alade estreitou os olhos, surpresa com aquilo. Mas antes que pudesse reagir, Astar se agachou com fúria outra vez diante da vampira.
— Eu salvei a porra da sua vida no mar. Estamos quites. — disse entre dentes, afastando-se em seguida.
Heleana permaneceu caída no chão como