Rebeca
Faz um tempo desde a última vez que meus pais vieram ao Rio. Aquele dia foi perfeito, o riso deles ainda ecoa na minha memória, e a felicidade que senti me aquece até agora. Mas, enquanto estou deitada, revivendo esses momentos, a realidade me chama. Preciso sair dessa cama e ir trabalhar, mesmo que a preguiça me prenda como uma âncora.
Hoje é sábado. Pelo menos não preciso ir para a escola de arte, já que terminei o curso. Mais uma etapa concluída, mas e agora? Ainda não sei exatamente para onde estou indo, mas sei que preciso continuar.
“Vamos lá, Rebeca, levanta” murmuro para mim mesma, tentando reunir forças.
A preguiça gruda em mim como um amante insistente, mas não tenho escolha. Ainda tenho a faxina para fazer quando voltar, o que só piora minha falta de ânimo.
Arrasto-me para o banheiro, decidindo que hoje meu cabelo ficará como está. Não quero complicações. A água quente me desperta um pouco, mas não o suficiente para apagar o nó de tensão no meu peito. Algo está