Camila
O jogo de futebol brilha na tela da TV, mas minha paciência se apaga a cada segundo que Roberto ignora minha presença. Sentada ao lado dele, sinto que estou falando com as paredes.
— Amor, será que você pode me ajudar com a Rebeca? Fala com ela para ir ao casamento do seu amigo. Ela morre de medo de avião, então talvez nem queira viajar para a Turquia — peço, tentando manter a calma.
Nada. Nenhuma reação além de um aceno de cabeça vago, como se fosse apenas uma formalidade para me calar.
— Roberto, dá para desligar essa droga de jogo e prestar atenção em mim? Por favor! Estou aqui falando com você e parece que nem liga!
Ele pisca devagar, sem tirar os olhos da tela, e uma onda de frustração sobe pelo meu peito como um incêndio incontrolável.
— Se é assim que vai ser depois de casados, então talvez seja melhor nem seguirmos com isso! — solto, sem pensar.
Finalmente, ele me olha. Um olhar frio, calculado, que me faz engolir em seco.
— Amor, você está exagerando. Por que e