O quarto de hospital estava silencioso, iluminado apenas pela luz fraca da lua filtrando-se pelas persianas. Valentina estava sentada ao lado da cama, segurando a mão fria de Gabriel, como fazia todas as noites nos últimos seis meses. Mas, dessa vez, algo estava diferente.
O ritmo da respiração dele mudara. O peito subia e descia de forma irregular. As pálpebras tremularam, e então, com um suspiro profundo, Gabriel abriu os olhos.
O coração de Valentina parou por um instante.
— Gabriel…? — Sua voz saiu em um sussurro carregado de emoção.
Os olhos dele estavam desfocados, como se sua alma ainda estivesse perdida em algum lugar entre a escuridão e a realidade. Mas, ao pousar o olhar sobre Valentina, algo no fundo de sua expressão mudou.
Ele franziu o cenho, como se tentasse reconhecer o rosto à sua frente.
— Quem é você?
As palavras atingiram Valentina como uma faca no peito.
Ela piscou, confusa, tentando processar o que acabara de ouvir.
— Sou eu, Valentina. — A voz de