O brilho dos holofotes refletia no rosto de Valentina enquanto ela subia ao palco montado no centro da cidade. O eco dos aplausos vibrava pelo ar, misturado ao som dos cânticos de seus apoiadores. O nome dela era entoado como um hino, um símbolo de mudança, um novo ciclo para a cidade.
Seis meses. Seis meses desde que abandonou o convento, desde que jurou a si mesma que não seria apenas um nome herdado. Seis meses desde que decidiu que o poder seria sua nova pele.
Agora, ali estava ela. Eleita.
A multidão rugia em celebração, mas por dentro, Valentina sentia apenas um silêncio ensurdecedor.
A Ascensão de Valentina
Seu discurso era impecável, meticulosamente ensaiado. Cada palavra carregava peso, cada frase moldava sua imagem como líder. Ela prometeu justiça, reestruturação, progresso. Aplaudiram. Aclamaram. Ela venceu.
Mas enquanto o povo a via como uma figura vitoriosa, ela só conseguia pensar em Gabriel.
O vazio crescia dentro dela, como um buraco negro sugando tudo ao redor.