A noite caiu sobre a cidade, carregada de uma tensão cortante. Valentina tentava organizar os pensamentos enquanto olhava para o vazio. Gabriel se foi, Leonardo estava ferido, e seu coração batia como se estivesse prestes a explodir.
No convento, as freiras cuidavam dos ferimentos de Leonardo. Seu rosto estava inchado, os lábios cortados e os olhos escurecidos pelos hematomas. Mas sua expressão era fria. Ele não dizia uma palavra, apenas olhava fixamente para o teto, tramando algo.
Valentina sabia que Gabriel não voltaria para ela tão cedo. O ódio em seus olhos era mais do que mágoa. Era um aviso.
Mas algo dentro dela gritava que aquele não podia ser o fim.
Ela pegou o celular e ligou para Gabriel. Chamou até cair na caixa postal. Tentou de novo. Nada.
— Droga! — ela murmurou, sentindo um nó apertar sua garganta.
De repente, uma risada baixa cortou o silêncio.
— Ele não vai te atender, Valentina.
Ela se virou e encontrou Leonardo sentado, segurando um pano ensanguentado contra o lábio