O salão do conselho era um relicário de poder: paredes de ébano polido, tapetes persas sob os pés de homens que não sabiam o que era recuar. A mesa oval parecia ter sido moldada para reis, não para mortais. E naquela manhã, não haveria espaço para indecisos. A tensão era densa o bastante para ser cortada com a faca.
Reginald chegou primeiro. Vestia um terno sob medida, escuro como os olhos de um juiz antes de uma sentença. Sentou-se à cabeceira sem hesitar — como sempre fizera, como achava que sempre faria. Evelyn entrou em silêncio, um passo atrás de Reginald, a postura de quem sabia que algo havia mudado — ainda que não soubesse o quê. Os saltos de seus sapatos soaram firmes contra o mármore da sala, marcando presença sem arrogância. Estava impecável, como sempre, embora os olhos revelassem uma preocupação pelos acontecimentos futuros.
Logo depois, os demais acionistas começaram a ocupar seus lugares.
Veronica e Henry foram os últimos a entrar. Ela fez questão de esp