Cláudio Borges
Saio da boate e sigo para casa, para minha mulher e meu filho. Senhor, como esses pontos coçam! O doido do meu cunhado ainda quis me dar uísque, é sem noção mesmo.
No carro, o Wilson, responsável pela segurança da Juliana e nosso motorista quando preciso, me ajuda a entrar. Ele é tão palhaço quanto o Júlio. Na verdade, fiz amizade com todos os nossos seguranças; a família deles é maravilhosa. Ele nos contou que, com o que recebe aqui, ajuda a pagar a faculdade de medicina da filha, que estuda na Argentina, e faz outros bicos para que o outro filho também estude fora. Não quero perder homens de confiança como ele.
— Wilson, tenho uma proposta para você. O Bruno me passou a boate para comandar e quero que você seja meu braço direito, sempre ao meu lado. Mas vamos precisar arrumar alguém de confiança para a Juliana. O que me diz? — Ele me olha pelo retrovisor e vejo um sorriso estampado no rosto.
— Senhor Cláudio, fico muito feliz com a oportunidade. Pode ter certeza de qu