Carolina Alcântara
Passei a semana toda evitando meu digníssimo marido, mas também tenho feito das suas noites um inferno. Acho ridículo esse ciúme bobo, aquele jeito de relembrar o passado. Foi tudo tão injusto.
Hoje, meu irmão chega, e já marquei com a Ju e a Tânia para irmos à boate. Está na hora da arquiteta nos mostrar o que planejou para aquele espaço enorme. Meu marido lindo sai do banho e eu continuo deitada, já que ainda é muito cedo. O sacana sai pelado do box, com a toalha no pescoço, enxugando a barba e os cabelos.
Quando percebe meu olhar, me dá um sorriso de canto. Seu pau já dá sinal de querer bater ponto para mais um dia de trabalho, mas me lembro que ele ainda está de castigo e tento recordar o hino da bandeira para não cair em tentação. Já na segunda estrofe, ele revira os olhos e começo a duvidar da minha capacidade de ignorar meu lindo e gostoso marido.
— Só quero ver até quando vai ficar com esse joguinho. Vou para o escritório e depois para a boate. Não devo apar