Giovanni Sorrentino
Coloquei a pistola nas costas e a escondi sob a camisa para que ninguém a visse. Saí correndo em direção ao carro e dirigi até o local onde o veículo da minha esposa e de sua amiga havia caído. Meu coração acelerava, e eu repetia em silêncio uma oração:
Por favor, não a leve. Por favor, não a leve. Por favor, não a leve…
Invadi a pista pela contramão. Alguns guardas de trânsito tentaram me impedir, mas nenhum conseguiu, ainda mais ao verem minha expressão. Quando finalmente me aproximei do automóvel delas, os paramédicos já estavam se aproximando.
Consegui ver apenas a Cleide. Sua mão parecia quebrada, estava visivelmente torta. Ela balançava a cabeça, mas não parecia consciente.
Tentei dar a volta pelo carro para ver minha esposa. Empurrei alguns policiais que estavam à frente e gritei:
— Eu sou o marido da motorista!
Mesmo assim, me impediram de chegar mais perto.
— Me solta, porra! É a minha esposa! A mãe do meu pequeno Salvatore!
Tentei empurrar o policial, que