Cleide Magalhães
Minha cabeça estava pesada. Sentia uma pressão no peito que fazia tudo se expandir e contrair com dificuldade, como se eu estivesse sufocando a cada esforço para respirar. Tentei erguer as mãos, mas percebi estarem amarradas.
Abri os olhos devagar e notei que estava em um hospital. Havia um tubo na minha boca, o que explicava a pressão que sentia no peito. O som irritante dos monitores me cercava e, de repente, várias pessoas se aproximaram, aumentando ainda mais a minha agitação. Tentei me soltar, assustada, sem entender por que estava ali, deitada e presa à porra de um respirador.
Antes que pudesse reagir, um sono profundo me arrastou de volta para a escuridão.
Sentia que as horas passavam. Conseguia perceber toques, vozes murmurando que tudo ficaria bem. Ouvi Henrique implorando perdão, e o choro de Augusto foi o que mais me agitou. Senti quando ele se afastou.
Finalmente, a pressão no meu peito cessou. Retiraram o tubo da minha garganta e o sono começou a ceder. A