Vittoria permanece imóvel, os dedos apertando o tecido do vestido sobre as pernas, enquanto o coração martela no peito em um ritmo descompassado.
Ela tenta entender, em vão, em que momento semeou tanto ódio naquele homem.
Mas talvez o mais cruel não seja a hostilidade em si e sim que ele não a odeia por quem ela é, mas pelo que ela representa.
E essa constatação pesa mais do que qualquer ameaça.
— Maledetto idiota. — Vittoria resmunga, entre os dentes, a voz baixa, carregada de fúria contida, enquanto empurra a porta do veículo com mais força do que o necessário e desce com passos firmes.
Em silêncio, Vittoria segue os passos de Tommaso, mantendo o queixo erguido apesar da tensão que começa a apertar o peito.
Cada passo seu ecoa pelo salão, e com ele vem o peso dos olhares que a acompanham, julgadores, frios, carregados de hostilidade, como agulhas cravadas na pele.
“Pare de ser burra, não seria diferente. Você ainda é a filha do inimigo.” — Vittoria pensa, mordendo levemente o in