Vincenzo se inclina e deposita outro beijo na cabeça dela, o gesto pesado, quase culpado, como se aquele simples toque fosse uma tentativa inútil de se desculpar pelo que ela está vivendo outra vez.

Os lábios dele roçam os fios úmidos de suor, e o gosto salgado da pele dela o atinge como um lembrete cruel de tudo o que não conseguiu impedir.

Ele se afasta devagar, o olhar ainda preso nela, o corpo tenso, os ombros curvados sob o peso de uma culpa que parece impossível de carregar.

Quando dá um passo para trás, o faz como quem abdica de algo vital, permitindo que a equipe médica volte a cuidar dela.

As enfermeiras retomam o espaço em silêncio, os passos precisos e as vozes baixas contrastando com o caos que havia tomado a sala minutos antes.

Elas ajustam os aparelhos, trocam olhares rápidos e prosseguem com o atendimento, enquanto Vincenzo permanece imóvel, incapaz de se afastar.

Ele permanece ali, sem conseguir se mover, com o olhar preso na mulher que ama e que mais uma vez foi força