Vincenzo não consegue se mover, o corpo inteiro paralisado, o olhar fixo no monitor que permanece vazio.
O médico começa a afastar o transdutor do ventre dela, o gesto contido, mas antes que consiga, Vittoria o impede, a mão trêmula agarrando o aparelho com uma força que nasce do desespero.
— Não! — Vittoria grita, a voz cortada pela dor física e emocional, o som tão intenso que parece rasgar o ar da sala. — Eles estão aqui, eu posso sentir! — Continua, as palavras quebradas entre soluços, enquanto as lágrimas escorrem sem controle. — Procure de novo, por favor, procure de novo! — Insiste, a respiração curta e trêmula, enquanto desliza o transdutor pelo próprio ventre, os movimentos desordenados, guiados somente pela esperança desesperada de ouvir um som, qualquer som.
— Senhora…
— Está errado, errado! — Berra, a voz tomada por uma força que nasce da recusa em aceitar a crueldade da vida, uma força bruta, instintiva, que desafia o limite entre razão e fé.
A dor física deixa de existir