Vincenzo desliza uma xícara de café pela bancada, o gesto calmo, quase conciliador, mas Tommaso reage no mesmo instante.
Ele acerta a borda da xícara com um tapa violento, fazendo o café se espalhar pelo chão e o som da porcelana ecoar pela cozinha, como um reflexo da fúria contida que finalmente encontra uma saída.
— Não terminou de ler o arquivo? — Vincenzo pergunta, a voz calma, quase fria, mesmo diante da reação explosiva do primo.
Ele o observa com a serenidade desconcertante de quem já esperava aquele tipo de resposta, como se a raiva de Tommaso fosse somente mais uma etapa inevitável antes da verdade se impor.
— Você amou um homem manipulador, Tommaso. — Vincenzo declara, a voz firme e impiedosa. — O mesmo homem que mandou matar o teu pai e ainda teve coragem de te criar, como se nada tivesse acontecido. — Completa, o olhar fixo no primo, sem um traço de hesitação, deixando cada palavra pesar como uma sentença impossível de ser revogada.
Tommaso se apoia na bancada, as mãos trêm