Sem conceder espaço para questionamentos, Vincenzo abre a porta e desce do veículo, a expressão impenetrável.
Tommaso observa o primo caminhar em direção ao hall do prédio, o passo firme contrastando com o peso invisível que parece carregá-lo.
No fundo, ele tem certeza de que há alguma justificativa para tudo aquilo, porque, por mais imperfeito que fosse, Rocco sempre falou de Vincenzo com orgulho, o tipo de orgulho que se nota no olhar de um pai.
Ele desce do carro e segue os passos do primo, que mantém a porta do elevador privativo aberta, esperando-o em silêncio.
Quando as portas se fecham, o som mecânico do elevador é a única coisa que preenche o espaço entre eles.
Nenhum dos dois tenta falar, e o silêncio que se instala enquanto sobem até a cobertura é denso o bastante para carregar tudo o que ficou sem resposta.
— Vincenzo, o tio Rocco amava você. — Tommaso declara, assim que atravessam a porta de entrada, a voz firme, mas carregada de uma sinceridade que ele não tenta disfarç